quarta-feira, 31 de agosto de 2011
A rua em revista: lançamento da 6ª edição da Farol
Em sua sexta edição, a revista Farol, publicação da Prefeitura Municipal de Fortaleza, editada através de sua secretaria municipal de cultura, amalgama histórias de vida, cama, mesa e banho. De cama, ou melhor, sobre um jeito todo particular de deitar e dormir, quem fala é o vendedor ambulante Cícero Araújo Soares, que desde 1982 trança com as próprias mãos redes tarrafinhas vendidas a preços honestos na esquina da Praça do Ferreira.
De mesa, ou de como a culinária ensina a ver e “ler” o mundo, quem trata são as mulheres do Poço da Draga que aprenderam a soletrar cozinhando. De banho, ou de um jeito próprio de se higienizar e compor o visual, quem deixa escapar é o poeta errante Mário Gomes, cuja indumentária é mote para um exercício de compreensão acerca do belo e dos modismos vigentes.
Farol também passa em revista o que pode o riso quando desconectado dos clichês e do grotesco. De perto, ao vivo e em cores, alguns dos representantes do humor espontâneo e até ingênuo, aquele nascido e criado nas ruas, contam sobre o preparo de cada elogio à comicidade inteligente, tendo como principal ferramenta a reconhecida presença de espírito tipicamente cearense. Arrochando o nó do todo bem-humorado e em franco diálogo com a galhofa reinante, a entrevista do jornalista Xico Sá com o humorista Falcão é uma hilária conversa entre inspirados mestres da gaiatice cabeça-chata.
Do riso ao pesar é um passar de páginas. No dia de visitas do presídio feminino, Farol abriu passagem para os relatos de detentas e familiares, no esforço por captar a intensidade das poucas horas de contato direto entre o dentro e o fora. Um olho em quem se prepara para visitar e espera conviver novamente. Outro em quem está enclausurado e reinventa tempo e espaço. E toda a atenção voltada para o arsenal de sentimentalidades à solta, os claros e escuros extra-muros, comuns a todos.
Comum a todos e demasiado humano também é o que resplandece à flor da pele de quem cultua e faz tatuagem. Supercoloridos e prenhes de significados, os corpos ilustrados estão no centro da reportagem de capa da revista Farol. São telas vivas em movimento exibindo imagens que valem mais do que mil palavras, potencialmente capazes de exteriorizar intimidades e subjetividades diversas.
Com lançamento marcado para a próxima sexta-feira, dia 02 de setembro, no Passeio Público, a sexta edição da revista Farol vem afirmar uma política de comunicação pública para a cultura voltada à valorização da memória e à difusão das narrativas e bens simbólicos dos moradores da cidade. Enfatizando as histórias de vida, a oralidade, as singularidades ignoradas pela chamada história oficial e as existências comuns soterradas em meio aos estereótipos da contemporaneidade, a publicação flerta justamente com a capacidade imemorial que cada indivíduo tem de narrar e narrar-se.
À luz da grande reportagem e do texto narrativo, próximo da crônica, a revista passa ao largo da agenda oficial da indústria do espetáculo e da cobertura meramente factual para dar visibilidade ao acontecimento atemporal e (extra)ordinário. Apostando na reinvenção da figura do repórter flâneur, o cronista andarilho para quem a cidade é uma espécie de caleidoscópio, e não uma massa de concreto amorfo, o foco recai justamente sobre a pulsação das ruas, a dinâmica interna dos bairros, os modos de viver, fazer, criar, pensar, festejar, trabalhar e transcender de grupos sociais e indivíduos que também reinventam o próprio cotidiano. Assim, Farol é um convite à polifonia das muitas cidades - visíveis ou não - que existem em uma só.
SERVIÇO: Lançamento da sexta edição da revista Farol. Dia 02 de setembro, de17h às 22h, no Passeio Público (rua Dr. João Moreira, s/n – ao lado do Forte Nossa Senhora da Assunção). Entrada franca.
Tanto para ler
Cooperativa de Letras
Eugênia Cabral
@eugeniamcabral
eugeniacabral@dedodemocaseditora.com.br
Já ouviu falar de cooperativa? Eu tenho muita vontade de participar de uma cooperativa financeira. São “bancos” de associações que geram juros e taxas para os próprios cooperados em vez de ir para os banqueiros. Ultimamente, convivendo mais no ambiente de moda também conheci várias iniciativas legais de cooperativas de costureiras, que estão abastecendo grandes marcas de uma forma sustentável.
As cooperativas são a união de uma categoria para trabalhar melhor e entrar no mercado como um bloco. Já pensou numa cooperativa de escritores? Se é tão caro imprimir nas gráficas, se é tão complicado divulgar, os escritores poderiam se unir para trabalhar isso, não?
O problema é que atualmente eu encontro dois tipos de escritores. A grande maioria tem trabalhos de 8 horas e escreve. E uma pequena parte vive da e para a arte. Enquanto o primeiro grupo não tem tempo o segundo está às vezes muito envolvido no próprio processo para se mobilizar.
Em países como Estados Unidos, há livros novos sendo vendido por 5 dólares, os chamados paperbacks, que são publicações em folha bem barata (quase estilo jornal) e de tamanho pequeno. Eles permitem que as edições estejam acessíveis à maior parte da população. Para quem quiser pagar mais, o volume hardcover é maior, com papel melhor e capa dura. Um jeito prático de desenvolver um produto que seja vendível.
A Rede Nordeste do Livro foi criada na Bienal de Livro do Ceará, em 2008, formada por gestores públicos, editores, livreiros e escritores. Também temos outros grupos no Ceará como o Fórum de Literatura e Leitura do Ceará e o sindicato das livrarias e editoras, Sindilivros/CE.
Da Rede, veio o Fórum da Rede Nordeste do Livro e da Leitura, que tem um blog (http://forumdeliteraturace.wordpress.com/) editado pela jornalista e escritora Luiza Helena Amorim. No blog, há informações sobre políticas públicas para literatura, balanços do setor e encontros. A Associação Cearense de Escritores (http://escritores-ce.blogspot.com/-ce.blogspot.com/) tem feito diversos concursos de conto e poesias, excelente espaço
para novos autores, e edita livros e folhetos.
Essa troca de informações e organização como um grupo unido dos que têm a pretensão de viver de livros no Nordeste é a única forma que eu vejo de pressionar o governo por incentivos culturais e, principalmente, fiscais. Iniciativas como eventos literários (como os citados em outros posts), abatimento de impostos e garantia de compra por prefeituras e Estado são os primeiros movimentos para o mercado literário nordestino deixar de consumir as pequenas publicações do Sul, que chegam aqui mais fácil que os escritos locais.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Incentivo à leitura
A Caravana da Leitura e do Autor Cearense, da Companhia Prisma de Artes, estará nesta sexta-feira (26.08) no bairro Dias Macedo. Essa será a última oportunidade do ano para que crianças de escolas públicas e privadas possam conhecer o projeto que tem como objetivo incentivar a leitura entre as crianças.
O evento vai acontecer durante toda a manhã na Praça Central do Bairro Dias Macedo. O endereço é Avenida Pedro Dantas, sem número, em frente à Escola Antonio Dias Macedo. Estarão presentes o escritor Almir Mota, o ilustrador e quadrinhista Guabiras e o Grupo Era Uma Vez.
A Companhia
No primeiro semestre de 2011, a Caravana da Leitura e do Autor Cearense esteve em seis praças de Fortaleza com a presença de quatro autores, dois grupos e dois contadores de histórias, sempre na última sexta-feira de cada mês.
Programação do dia 26.08
8:30 Oficina de quadrinho infantil – Guabiras
9:30 Conversa com Autor: Almir Mota
10:30 Contação de Historias com o Grupo Era uma vez...
11:00 Encerramento e entrega dos Kits de livros que compuseram o acervo do projeto, para as escolas parceiras que participaram da Caravana.
O evento vai acontecer durante toda a manhã na Praça Central do Bairro Dias Macedo. O endereço é Avenida Pedro Dantas, sem número, em frente à Escola Antonio Dias Macedo. Estarão presentes o escritor Almir Mota, o ilustrador e quadrinhista Guabiras e o Grupo Era Uma Vez.
A Companhia
No primeiro semestre de 2011, a Caravana da Leitura e do Autor Cearense esteve em seis praças de Fortaleza com a presença de quatro autores, dois grupos e dois contadores de histórias, sempre na última sexta-feira de cada mês.
Programação do dia 26.08
8:30 Oficina de quadrinho infantil – Guabiras
9:30 Conversa com Autor: Almir Mota
10:30 Contação de Historias com o Grupo Era uma vez...
11:00 Encerramento e entrega dos Kits de livros que compuseram o acervo do projeto, para as escolas parceiras que participaram da Caravana.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Tanto para ler
Leia e deixe ler 2
Eugênia Cabral
eugeniacabral@dedodemocaseditora.com.br
@eugeniamcabral
Voltando ao tema iniciado duas semanas atrás. Continuo pensando sobre os preconceitos literários. E falemos de Paulo Coelho. Sobre este autor, o que mais me espanta é que motivos levaram ao autor brasileiro mais vendido no mundo ser tão mal considerado pelos seus compatriotas. Carrego várias teorias.
A primeira vem do fato de Paulo Coelho ter surgido na mídia brasileira se vendendo como tudo, menos escritor. Era um “mago”. Que nos anos 80 fazia sentido e tinha uma fatia de mercado considerável. Mas com o tempo começou a ficar meio sem motivo de ser e um tanto quanto patético. Tanto que o próprio Coelho parou de falar sobre este assunto completamente. Levar a sério os livros de um mago é uma história difícil.
O segundo motivo é que ele uniu seu próprio nome com a já citada e mal afamada autoajuda. “Diário de um mago” foi um livro que eu comecei a ler e não tive a menor condição. Parei na hora que o livro me mandava imaginar que eu era uma árvore e fazer o movimento de crescer. Vou poupar quem me lê dos comentários que eu faria.
Então, a união dos poderes desses dois fatos fez com que Paulo Coelho se tornasse o mais execrado dos escritores brasileiros. Sua entrada na Academia Brasileira de Letras foi em geral ridicularizada. O que acho um desrespeito. Se não gosta da obra dele, esculhambe com ela, não precisa xingar o escritor.
Pelas minhas idas nessa área, além do “Diário” também não consegui ler o livro dele mais famosos de todos, “O Alquimista”. Mas li “Brida” e gostei muito. É a história de uma mulher que resolve virar wicana (bruxa) e vai entrando em contato com vidas passadas. Eu adoro o gênero fantasia, como “Senhor dos Anéis” e afins. Essa foi para mim uma história no clima “As brumas de Avalon”, da inglesa Marion Zimmer Bradley (que apesar de só escrever sobre bruxas e a ilha mística de Avalon foi muito querida pelos britânicos).
“As Valquírias” foi outro que terminei. Achei cansativo e dei uma nota seis. Por fim, li “Veronika decide morrer”, que virou um filme com Sarah Michelle Gellar no papel da Veronika (a Buffy da série de TV para quem não lembrou). Foi dos três o que mais gostei. Em alguns momentos resvala no clichê, mas é uma história bem contada e interessante. Veronika resolve se matar porque tem uma vida vazia e sem sentido. Quando é internada em um hospital psiquiátrico (obrigatório para quem tenta suicídio em alguns países), ela descobre que tem os dias contatos e precisa lidar com isso.
Não li, mas um amigo leu e adorou “O Demônio e a Senhorita Prym”. Este mostra o que acontece quando o demônio oferece dez barras de ouro para uma cidade se alguém cometer um assassinato. Stephen King trabalhou com tema parecido em “A Tempestade do Século”, só que batendo mais forte no terror.
Bom, entre bons e maus livros do Paulo Coelho, acho que entendo muito mais alguém dizer “não gosto do gênero ficção”, ou “não gosto de fantasia”, que dizer “não suporto Paulo Coelho”. A não ser que você esteja falando daqueles primeiros livros do mago de 1980, não consegui achar nenhuma característica tão dele que a gente consiga instituir o gênero literário “Paulo Coelho”. Deixemos ler então nosso brasileiro mais famoso na literatura mundial. E, se você deixar mesmo de preconceito, quem sabe até se orgulha...
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Tudo de Cor e de Fagner para Você
A Praça dos Leões e os prédios do seu entorno estão mais bonitos esta semana. É o projeto Tudo de Cor para Você, das Tintas Coral, que viaja o País e reúne a comunidade para dar cor e transformar os lugares por onde passar. Agora, o trabalho está sendo realizado no Centro de Fortaleza.
A Dedo de Moças Editora, localizada bem nos arredores da praça e do Museu do Ceará, está curtindo bastante o projeto. Afinal, todas as iniciativas para preservar e requalificar o Centro da cidade são mais do que válidas.
Hoje, dia 17, o trabalho será oficializado com a presença da prefeita Luizianne Lins e do governador Cid Gomes. E a comemoração acontece com um show do Fagner. Será a partir das 15h30, na Praça do Ferreira. Nos encontramos lá, hein?!
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Tanto para ler
Para todos nós
Eugênia Cabral
eugeniacabral@dedodemocaseditora.com.br
@eugeniamcabral
Decidi me rebelar de tudo que eu tinha decidido a escrever hoje e ser ... romântica. Mas ora veja só, que coisa mais descabida para se fazer! Ainda mais quando você anunciou o 1 em um texto e o número 2 está aqui na esquina. Pois, é, mas arroubos românticos servem para isso, sair do plano.
Nos últimos dias, tenho conhecido o texto lindo e emocionante de Cristiana Guerra.
As viradas da vida dela, a dor e a alegria e sobre o que escreve, ultimamente têm revirado a minha vida. Cris Guerra é publicitária. Estilosa, competente e premiada. É a dona do blog www.hojevouassim.com.br no qual fotografa e mostra os looks que escolhe para usar. Eu já tinha visto mas não prestei atenção alguma. Aí uma aluna minha me falou que aquele era osegundo blog dela e o primeiro na verdade era o parafrancisco.blogspot.com.
Cris Guerra estava grávida de sete meses do filho Francisco quando o pai da criança morreu repentinamente. Eles disseram tchau num dia e no outro o coração dele parou. Ela começa a escrever o blog para falar ao filho sobre o pai, a história deles e do seu amor. E acaba que fala de si, do seu amor, da sua vida. Ela se expõe completamente, com choro, com mágoa, com desespero e com paz. Todo o período do relacionamento deles está ali, a partida também. A vida com o filho depois entra na história e até hoje o blog é atualizado.
Eu tenho descoberto que não é recomendável ler no trabalho porque quando você encontraum post no qual ela descreve que viu o filho, hoje acho que com quatro anos, dizendo para o avô: “Eu tenho pai. Ele se chama Guilherme” dói uma dor ruinzinha demais e eu particularmente choro com propaganda do Greenpeace, imagina com isto. Mas não me entenda mal, não é um blog triste não. É delicado. É gentil. É apaixonado. Puro amor.
Cris Guerra escreve muito, muito bem. Ela consegue passar as sutilezas de seu cotidiano de uma forma tão envolvente que dá quase vergonha de ser tão íntimo. No blog estão músicas, poesias, fotos e desenhos. Em 2008, foi publicado pela editora ARX o livro “Para Francisco” com os textos do blog e outras coisas mais. Na humilde opinião de quem gosta de falar de livros, leitura que vale a pena. Cris Guerra nos ensina a viver: “É um privilégio seguir amando - e amando cada vez mais”. Pensando bem, ela poderia se encaixar na estante de autoajuda (e no fim das contas esse texto foi um 1 e ½!).
Violina agora na Livraria Lua Nova
A rabeca encantada de Violina está à venda em mais uma livraria da Capital. A Lua Nova, no bairro Benfica, é mais uma opção para quem ainda não conhece as histórias da menina que com sua rabeca encantada faz o mundo ficar mais alegre. O livro, da autora Adriana Alcântara, lançado pela Dedo de Moças Editora também vai participar da II Feira do Livro Infantil de Fortaleza, de 14 a 17 de setembro, na Praça do Ferreira.
A inusitada história da garota e sua rabeca encantada foi criada a partir da paixão da autora pela música e pelos "causos" do interior. "A história de Maria Violina surgiu de uma grande paixão pela música tocada e cantada e por um excessivo apego às coisas simples do interior, suas pessoas e seus costumes", conta Adriana, que guarda na lembrança a infância vivida na cidade de Ubajara, na Serra da Ibiapaba.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Tanto para Ler
Leia e deixe ler
Eugênia Cabral
eugeniacabral@dedodemocaseditora.com.br
@eugeniamcabral
Conversando sobre literatura, já perdi as contas de quantas pessoas vi comentarem: “Eu leio de tudo! Menos Paulo Coelho e autoajuda!”. Inspirada por elas, vamos falar dos preconceitos literários. Comecemos com autoajuda. Pausa para superarem os arrepios de nojo. Pronto?
Eu já mergulhei nessas águas profundas e gélidas. Comento aqui o que trouxe de volta e ignoro o que deixei por lá porque não merecem nem nome. Sim, há um bocado desses livros que é um grande apanhado de clichês. Não é todo mundo que tem disciplina e automotivação de lutar para se tornar melhor e é muito fácil delegar as decisões sobre a sua própria vida (o que é para mim o coaching). Aí a pessoa agarra um livro “Como ser qualquer coisa” ou “Cartas a um jovem qualquer coisa” e acredita que o autor vai ter a solução da sua vida. Ledo engano. Dinheiro gasto e tudo na mesma.
Só que existe mais que isso nas prateleiras da autoajuda. São livros de especialistas em um assunto que fornecem informações a leitores que se interessam por aquilo. Afinal, não é porque eu quero me alimentar melhor que tenho que ir fazer Nutrição. Ou posso só estar atrás de algumas informações sobre Feng Shui para minha sala de jantar.
Eu particularmente leio autoajuda financeira: investimentos, controle de gastos, uso de juros, planejamento... A minha vida financeira atualmente vem das coisas que eu leio (ok, ainda não estou na fase de investimentos). Não achei nenhum livro que me ensinasse a ficar rica e sair comprando qualquer um deles é gasto bobo. “Investimentos Inteligentes” do Gustavo Cerbasi é um bom livro, bem amplo, para quem quer fazer o dinheiro render e não tem ideia de por onde começar. Desnecessário o “Guia de Estudos” que o autor publicou depois.
Também não é que se concorde com tudo. Cerbasi é contra a compra de imóveis, ele defende que você deve alugar e deixar o dinheiro da casa render. Acredita que deveríamos mudar de casa sempre que mudássemos de emprego, para economizar no transporte. Faz sentido. Mas para mim, não serve. Na realidade cearense, não precisamos (ainda) disso. E na realidade brasileira, considero importante para a família ter a segurança de ter um lar mesmo se faltar emprego.
Minha tia tem lido “Anticâncer”. David Servan-Schreiber teve um câncer de cérebro diagnosticado e viveu 20 anos depois disso. Ele escreve sobre a alimentação e esta doença. Apresenta pesquisas, é até cansativo de tantos dados embasando o texto, para explicar como modificou a própria alimentação. Tia Eliana tem sofrido por não comer mais pão branco, porém, tomou algumas decisões sérias de saúde baseadas neste livro como finalmente controlar o colesterol.
Bernardo Rocha de Rezende, o Bernardinho, tem organizado a coleção “Na vida como no esporte”, com a editora Sextante, de livros de esportistas. A coleção é um exemplo clássico do que pode ser autoajuda. “Nunca deixe de tentar”, do Michael Jordan, é um livro sem nada novo. Aquele apanhado de clichês citado lá em cima: nunca desista, foque metas pequenas, tenha disciplina... Por outro lado, “Jogando para Vencer”, de John Wooden, mostra a filosofia do técnico: nunca pensar no outro time e focar sempre e apenas em jogar melhor. Eu não sei fazer isso, me instigou. Recomendo gastar os 60 minutos de leitura que ele toma.
Eles podem estar como “Liderança”, “Gestão”, “Medicina” e eu vi uma vez como “Desenvolvimento Humano” (bonito, né?). Não se engane, todos são autoajuda mesmo. Pertencentes ao conceito básico de “obtenha as informações e trabalhe”. Se você deixar cair o preconceito e enfiar as mãos nas prateleiras, consegue achar muito trigo em meio ao joio.
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