quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Escrita, cotidiano e desejos presentes em “Depois do sempre”


Recados dados e recebidos. Recados que chegam depois do que sempre esteve ali. Esse é o mote do livro “Depois do sempre”, do poeta cearense Alexandre de Lima Sousa. A terceira publicação do escritor dá continuidade às ideias lançadas nas obras anteriores. Agora, entretanto, essas ideias mostram-se mais livres, despreocupadas com a rima e a forma e mais atentas ao que realmente dizem as palavras. O lançamento do livro será na próxima quinta-feira (22), na Livraria Lua Nova (Av. Treze de Maio, 2861), às 19h.


“O livro traz os recados que recebo das coisas e das situações diversas. As poesias são o resultado escrito do que ouço e sinto”, define. Em outras palavras, é a escrita o elemento que dá unidade ao todo de “Depois do sempre”. A chamada metalinguagem está presente em “dilema solucionado”, quando ele diz que “não diametralmente um mentiroso/ tão somente poeta”. Ou mesmo em “personagens”: “ao ler meu escuro decifro / as folhas em branco do livro / … me deparo com personagens que jamais teria sido”.


Com 90 poemas e dividido em cinco capítulos – novidade, esboço para um tratado, silêncios, egoísmo e depois do sempre – o livro aborda ainda o cotidiano, as memórias, os desejos e os sentimentos sobre si e sobre o mundo. “É uma reflexão sobre o que fiz e o que faço”, complementa Alexandre, falando do “egoísmo” do poeta presente na obra. Sobre egoísmo, ele entende a prevalência do desejo do poeta sobre a palavra.


Para o autor, esta é uma obra mais madura que marca a transição entre o trabalho que foi iniciado em Cadernos (2005) e continuado em Estado de sítio (2007) e o que deve vir em breve. A liberdade a que ele se refere na terceira obra deve estar ainda mais presente no próximo trabalho, previsto para o ano que vem. Com essa ideia futura, Alexandre já deixa no ar a dúvida do que virá depois do sempre.


O livro foi vencedor do Prêmio Caetano Ximenes Aragão, categoria de poesia do edital da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará (Secult-CE), de 2010. A capa é assinada pelo designer Rafael Limaverde.


O autor é também ensaísta, cronista e professor. Graduado em Filosofia, ele é professor de Literatura, História e Filosofia. Em 2004 e 2006, foi premiado nos Concursos Literários do Ideal Clube de Fortaleza. Também em 2006, foi contemplado com o prêmio Rachel de Queiroz, também concedido pela Secult. Seu segundo livro, Estado de sítio, foi selecionado no I Edital das Artes da Fundação de Cultura, Esporte e Turismo de Fortaleza (Funcet).

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