quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Tanto para ler

Histórias que continuam

Eugênia Cabral
@eugeniamcabral
eugeniacabral@dedodemocaseditora.com.br

Fãs do clássico “O Iluminado” entraram em festa nesta semana. O autor Stephen King anunciou segunda-feira (26/09) em seu site que está escrevendo uma continuação da história. Não leu o primeiro livro? Pule para o próximo parágrafo porque aqui vai uma parte do fim. O novo livro mostrará o menino Danny, sobrevivente do terror no Hotel Overlook, como um homem de 40 anos que trabalha num hospital e usa seus poderes para ajudar os pacientes a “mudarem de lado” e se chamará “Dr. Sleep” (Dr. Sono).

O novo livro mostra o pequeno Danny agora um adulto de 40 anos

Continuações de história queridas e vendidas como esta correm um risco enorme. Tanto é possível deixar tudo melhor como estragar o que tinha sido uma boa história. Ira Levin poderia muito bem ter ficado apenas com “O Bebê de Rosemary”, a continuação “O Filho de Rosemary” é qualquer coisa de terrível e tem um final seriamente besta. Dá raiva de ter lido o primeiro.

Por outro lado, “O Senhor dos Anéis” nada mais é que a continuação da história iniciada em “O Hobbit” por JRR Tolkien. Já pensou se ele para no primeiro livro?! No fim da trilogia final, o autor ainda faz um resumo do que foi a vida de cada um dos personagens depois da história da destruição do Anel do Poder. Do início ao fim, nós estivemos na Terra Média.

Alguns autores, principalmente de suspense, se agarram a um personagem e vão criando várias histórias com eles, como Dean Koontz, Sidney Sheldon, Dan Brown e Robin Cook. As histórias trazem a familiaridade de personagens queridos com novas situações e enredos. Tem continuações que até sobrevivem ao próprio autor. Robert Ludlum é o pai legítimo do agente Jason Bourne, mas enquanto ele escreveu apenas três livros com o personagem, o escritor Eric Van Lustbader já escreveu SETE depois da morte de Ludlum.

Para evitar que os herdeiros dela dessem uma de engraçadinhos como os de Ludlum, a britânica Agatha Christie assassinou seu personagem mais famoso, Hercule Poirot. Ela declarou que queria dar um fim digno a ele e fechar sua história. Assim garantiu aos leitores que Poirot não seria transformado em outra coisa na mão de outros autores. Não vou colocar em que livro isso acontece para não estragar a continuação de ninguém.

Há alguns personagens que já continuaram tanto e por tantas mãos que ninguém nem lembra mais qual foi aquela primeira história na qual apareceram. Faz tempo que Drácula não é só de Bram Stoker. Mary Shalley não só perdeu a guarda de Frankenstein como o nome, que era do criador, agora é como ficou conhecido o monstro criado. Faz bem mesmo Stephen King continuar suas histórias. Mas isso não vai impedir que o Hotel Overlook apareça em outros livros daqui uns anos. Afinal, a gente cria filho é para o mundo, né?

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Escrita, cotidiano e desejos presentes em “Depois do sempre”


Recados dados e recebidos. Recados que chegam depois do que sempre esteve ali. Esse é o mote do livro “Depois do sempre”, do poeta cearense Alexandre de Lima Sousa. A terceira publicação do escritor dá continuidade às ideias lançadas nas obras anteriores. Agora, entretanto, essas ideias mostram-se mais livres, despreocupadas com a rima e a forma e mais atentas ao que realmente dizem as palavras. O lançamento do livro será na próxima quinta-feira (22), na Livraria Lua Nova (Av. Treze de Maio, 2861), às 19h.


“O livro traz os recados que recebo das coisas e das situações diversas. As poesias são o resultado escrito do que ouço e sinto”, define. Em outras palavras, é a escrita o elemento que dá unidade ao todo de “Depois do sempre”. A chamada metalinguagem está presente em “dilema solucionado”, quando ele diz que “não diametralmente um mentiroso/ tão somente poeta”. Ou mesmo em “personagens”: “ao ler meu escuro decifro / as folhas em branco do livro / … me deparo com personagens que jamais teria sido”.


Com 90 poemas e dividido em cinco capítulos – novidade, esboço para um tratado, silêncios, egoísmo e depois do sempre – o livro aborda ainda o cotidiano, as memórias, os desejos e os sentimentos sobre si e sobre o mundo. “É uma reflexão sobre o que fiz e o que faço”, complementa Alexandre, falando do “egoísmo” do poeta presente na obra. Sobre egoísmo, ele entende a prevalência do desejo do poeta sobre a palavra.


Para o autor, esta é uma obra mais madura que marca a transição entre o trabalho que foi iniciado em Cadernos (2005) e continuado em Estado de sítio (2007) e o que deve vir em breve. A liberdade a que ele se refere na terceira obra deve estar ainda mais presente no próximo trabalho, previsto para o ano que vem. Com essa ideia futura, Alexandre já deixa no ar a dúvida do que virá depois do sempre.


O livro foi vencedor do Prêmio Caetano Ximenes Aragão, categoria de poesia do edital da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará (Secult-CE), de 2010. A capa é assinada pelo designer Rafael Limaverde.


O autor é também ensaísta, cronista e professor. Graduado em Filosofia, ele é professor de Literatura, História e Filosofia. Em 2004 e 2006, foi premiado nos Concursos Literários do Ideal Clube de Fortaleza. Também em 2006, foi contemplado com o prêmio Rachel de Queiroz, também concedido pela Secult. Seu segundo livro, Estado de sítio, foi selecionado no I Edital das Artes da Fundação de Cultura, Esporte e Turismo de Fortaleza (Funcet).

terça-feira, 13 de setembro de 2011

3.200 estudantes de escolas públicas irão visitar a Feira do Livro Infantil

Incentivar o hábito da leitura em crianças e adolescentes para a obtenção de um melhor aprendizado, comunicação e criatividade. É com este objetivo que a II Feira do Livro Infantil de Fortaleza, desenvolvida pela Casa da Prosa e apoiada pela Coelce, será promovida entre os dias 14 a 17 de setembro, na Praça do Ferreira.

A feira aguarda um público de aproximadamente 60.000 pessoas e contará com a exposição de 30 editoras, das quais 15 são cearenses, que disponibilizarão descontos de até 30% na compra dos livros.

A Coelce, por meio do projeto Visita Cultural, levará 3.200 crianças e jovens de 80 escolas da rede pública de ensino para o evento. O projeto disponibilizará ônibus para ida à feira, lanche e um vale-leitura, para que todos os estudantes participantes do projeto possam trocá-lo por livros nos estandes da feira.

Com esse projeto, a Coelce pretende facilitar o acesso à leitura aos estudantes da rede pública e contribuir para o interesse das crianças pela literatura. Além disso, a companhia pretende levar o projeto a outros municípios do interior do Ceará.

O evento contará com workshops, oficinas e deve receber, entre outros, o cantor e escritor Vitor Ramil, o contador de histórias Giba Pedrosa, os escritores Ignácio Loyola Brandão, Izaura Franco, Rosana Mont´Alverne e o autor de novelas Walcyr Carrasco como participantes do Programa Leituras Favoritas.


Serviço
II Feira do livro Infantil de Fortaleza
Data: 14 a 17 de Setembro
Local: Praça do Ferreira– Fortaleza – Ceará
Horário: 8h às 21h.

Programação
Dia 14 de Setembro, quarta-feira
Manhã
8h - Visitação das escolas – Projeto Visita Cultural Coelce
8h30min - Contação de histórias com o grupo Era uma vez
9h30min - Programa Criança e Arte/CCBNB na Feira - Contação de histórias com Jiddu Saldanha(RJ) com espetáculo ”DE GESTOS E DE PALAVRAS”
10h20min - Lançamento do livro Totó & Tutu - Amigos de verdade – de Lazaro Leme Filho– Premius Editora
11h - Leituras engraçadas no Espaço Baú de Leitura
12h - Apresentação circense com a Cia. Intervalo - Ecocirco

Tarde
13h – Visitação das escolas –Projeto Visita Cultural Coelce
14h - Oficina de contação de histórias para educadores com Marô Barbieri (RS),  na tenda principal.
14h30min - Minioficina de desenho/criação literária/artes no Espaço Endesa Criança
15h - Leituras engraçadas, no Espaço Baú de Leitura
15h - Programa Leituras Favoritas, com a presença do escritor Ilan Brenman.
15h30min - Lançamento do livro Papai é meu! Ilan Brenman– Editora Moderna.
16h - Lançamento do livro Meu Pai é uma figura e O ovo amarelinho da galinha do vizinho da autora Rosana Mont’Alverne - Aletria
16h30min - Leituras engraçadas no Espaço Baú de Leitura
17h - Abertura oficial da II Feira do Livro Infantil de Fortaleza.

Noite
18h Show Voz & Violão com o cantor Vitor Ramil.


Dia 15 de Setembro, quinta-feira
Manhã
8h - Visitação das escolas – Projeto Visita Cultural Coelce
8h - Contação de histórias com Maria Rita.
8h40min - Contação de histórias FÁBULAS FABULOSAS com Jujuba e Ana Nogueira (RJ)
9h20min - Minioficinas de desenho/criação literária /artes, no Espaço Endesa Criança.
10h - Lançamento da Coleção Palavra Nossa – Editora Vieira & Lent, com a presença da autora do livro Nada como ter Classe, Marô Barbieri (RS).
10h30min - Leituras engraçadas no Espaço Baú de Leitura
11h20min - Lançamento do livro Brincando com a Matemática da autora Julie Ane Oliveira – Conhecimento Editora.
12h – Apresentação Circense com a Cia. Intervalo - Ecocirco

Tarde
13h - Visitação das escolas –Projeto Visita Cultural Coelce
14h30min- Minioficinas de desenho/ criação literária/ artes, no Espaço Endesa Criança.
14h30min- Lançamento dos livros Brincar de Verdade, Maria Mania e Mariolino e Luigino da autora Marta D. Martins – Editora Cuca Fresca.
15h – Programa Leituras Favoritas com o cantor e escritor Vitor Ramil.
15h30min- Leituras engraçadas no Espaço Visita Cultural Coelce
16h30min- Criança e Arte/CCBNB na Feira - Contação de histórias com Glauter Barros(RJ).
17h30min - Lançamento dos livros As aventuras de Dom Quixote em versos de Cordel do autor Klévisson Viana e Batalha de Oliveiros com Ferrabrás – Cordel em quadrinhos, texto de Leandro Gomes de Barros e adaptação de Klévisson Viana e Eduardo Azevedo- Editora Tupynanquim.

Noite
18h30min- Criança e Arte/CCBNB na Feira - Contação de histórias com Rosana Mont'Alverne (MG).

Dia 16 de Setembro, sexta-feira
Manhã  
8h - Visitação das escolas ao Projeto Visita Cultural Coelce.
8h30min - Contação de Histórias com Júlia Barros.
9h20min - Contação de histórias com Giba Pedroza (SP).
9h40min - Minioficina de desenho/criação literária/artes, no Espaço Endesa Criança.
10h - Leituras engraçadas no Espaço Baú de Leitura
10h20min- Lançamento dos livros Canaã em cordel de Geraldo Amâncio, O Príncipe e o Mendigo em cordel de Paiva Neves Contos e Fábulas do Brasil de Marco Haurélio –Nova Alexandria
12h – Apresentação Circense com a Cia. Intervalo - Ecocirco

Tarde
12h30min- Leituras engraçadas no Espaço Baú de Leitura
13h - Visitação das escolas –Projeto Visita Cultural Coelce
13h30min- Leituras engraçadas com Orlângelo Leal & Ângelo Márcio no palco.
14h - Contação de histórias no palco principal com Rosana Mont’Alverne (MG).
14h30min- Lançamento do livro O Sertanejo e a Moça Encantada do autor Almir Mota – Casa da Prosa
14h30min- Minioficinas de desenho/criaçãoliterária/artes no Espaço Endesa Criança.
15h - Mesa sobre Políticas Públicas de Livro e Leitura com o Diretor do Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, Fabiano dos Santos. Realização: Fórum de Literatura, Livro e Leitura do Estado do Ceará (FLLLEC) na tenda principal.
16h30min- Contação de histórias com Jiddu Saldanha (RJ).
17h - Lançamento do Livro As Babuchas de Abu Kasem do autor Marco Haurélio – Conhecimento Editora
18h - Programa Criança e Arte/CCBNB na Feira – Contação de histórias com Glauter Barros e lançamento do CD No Tempo em que os bichos falavam. Participação do músico Jujuba (RJ).

Dia 17 de Setembro, sábado
Manhã
8h - Visitação das escolas.
8h30min - Contação de histórias com Nádia Aguiar
9h30min - Leituras engraçadas no Espaço Baú de Leitura
9h40min - Minioficinas de desenho/criação literária/artes no Espaço Endesa Criança
10h - Lançamento do livro Violina vai à feira da autora Adriana Alcântara – Editora Dedo de Moças.
10h30min- Leituras engraçadas no Espaço Baú de Leitura
11h - Lançamento do Livro Efeito Domidó e a Coleção Descobrindo Sons da autora Elvira Drummond – Lmiranda publicações.
12h – Apresentação circense com a Cia. Intervalo - Ecocirco

Tarde
13h30min- Leituras engraçadas no Espaço Baú de Leitura
14h30min - Minioficina de desenho/criação literária/artes, no Espaço Endesa Criança
15h - Programa Leituras Favoritas com escritor Walcyr Carrasco, fazendo leituras e conversando com os leitores.
16h - Sessão de autógrafos com o escritor Walcyr Carrasco.

Noite
18h Show musical: Histórias de Teatro e Circo com a Cia. Carroça de Mamulengos.
20h30 Encerramento da Feira.
Os lançamentos ocorrerão na tenda principal da Feira. Shows e apresentações artísticas serão no palco principal.

Flipiri, Flist, Flimar, Flica, o jeito FLIP de fazer festa

Por Cristina Carneiro


Foi-se o tempo em que a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) se postava, glamourosamente, como a única festa literária do país. É verdade que é ela a referência e é ela que causa um rebuliço para além da semana de festa. 

A FLIP é mais ou menos como o carnaval; no dia seguinte ao fim da Festa, já se fala da próxima, cogitando-se possíveis autores que estarão presentes na edição seguinte. Os amantes da literatura ligados nessas querelas acompanham as prováveis vindas de autores internacionais, as desistências e outros imprevistos que ocorrem ao longo da organização. 

O fato é que a FLIP, que completa 10 anos em julho de 2012, não apenas emplacou (com a bela ajuda do cenário colonial-bucólico da cidade de Paraty), como fez moda. Vez por outra, surge uma nova festa literária, internacional ou não, de preferência em cidades com apelos semelhantes aos de Paraty, ou seja, numa cidade histórica, monumental, defendida pelo IPHAN. 

Nas cidades históricas...
A cidade de Cachoeira, na Bahia, por exemplo, lança, este ano, sua primeira Festa Internacional Literária de Cachoeira, a Flica, que ocorre de 11 a 16 de outubro (com o feriado do 12 de outubro no meio...). Com convidados internacionais, nacionais e nacionais baianos, a Flica vai pôr nas rodas de debates assuntos ligados à literatura, à história, às questões político-sociais e também entretenimento e educação. 

Este ano já aconteceram outras duas festas literárias em cidades históricas do interior dos estados. Uma delas foi a III Flipiri – Festa Literária de Pirenópolis (GO) –, que, em maio, homenageou a poetisa Cora Coralina. E a outra foi a II Flimar – Festa Literária de Marechal Deodoro – ocorrida, no início deste mês, na cidade alagoana e histórica de Marechal Deodoro. 

É quase um FLIP
Rebuliço midiático parecido com o que ocorre nos dias de  FLIP e, como a FLIP, com patrocinadores de peso, a Fliporto – Festa Literária Internacional de Pernambuco – é a que chega mais perto das proporções do padrão FLIP de festa literária. Já emplacada, a 7ª edição da Fliporto será em Olinda, de 11 a 15 de novembro (boa para se aproveitar o feriado do 15 de novembro), com o tema “Uma viagem ao Oriente” http://fliporto.net/.  

Outras festas por aí...
Além das já mencionadas, este ano também aconteceu a 4ª edição da FestiPoa (Festa Literária de Porto Alegre), a I Felit (Festa Literária de São Bernardo do Campo) e a Flist (Festa Literária de Santa Teresa), que, em maio deste ano, realizou a 3ª edição. E, no quesito infantil, já está programada a Fliportinho – Festa Literária Infantil de Porto de Galinhas, que ocorrerá de 28 de agosto a 1º de setembro de 2012. 

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Leitura digital


O mercado é novo, mas o que não faltam são novas pessoas se aventurando no mundo digital. Na Bahia, uma dupla ligada no mercado publicitário e editorial decidiu investir no tema. Foi assim que o designer gráfico Fábio Mascarenhas e o publicitário Wilton Bernardo criaram a Grioti, uma livraria exclusivamente digital.

Eles conversaram com a Dedo de Moças Editora sobre o assunto. Quem sabe em breve você não confere no site da Grioti os lançamentos da editora?

Dedo de Moças Editora: Como vocês avaliam o mercado de livros digitais atualmente?
Fábio Mascarenhas: O mercado ainda está em processo de formação, creio que muita coisa ainda vai mudar, acredito que o livro digital ainda vai interagir mais com o leitor, a medida que o mercado cresce, as necessidades se transformam e novas possibilidades aparecem.
Wilton Bernardo: Apesar deste momento que é de formação, estou convencido que é um processo crescente e sem volta. Hoje, ninguém abre mão de mobilidade e praticidade.

DDE: Há público para livros e revistas digitais ou ainda é o momento de formar esse mercado?

FM: Olha, público tem sim, algumas pessoas já aderiram aos livros, revistas e jornais digitais, seja pela praticidade, velocidade da informação ou pelo impacto ambiental que isso traz. Mas o mercado ainda é muito novo aqui no Brasil, por isso acredito que nos próximos anos esse público vai aumentar significativamente.

WB: Ainda é o momento de descoberta e experimentação, tanto do livro digital, como das diversas possibilidades de suportes, apesar de se poder ler por um simples PC. Arrisco dizer que muitas empresas que se beneficiarão com o livro digital estão nessa fase de descoberta. 

DDE: Quantos títulos digitais a Grioti disponibiliza?

FM: Hoje disponibilizamos aproximadamente 4.000 livros e começamos um processo de distribuição independente, pretendemos usar essa distribuição para fazer parcerias com editoras menores e autores independentes, queremos dar oportunidade a esses autores e editoras de publicar o seu livro digital também.

WB: Só para exemplificar o que Fábio citou, a Grioti livros digitais, lançou no mês passado “Contos do Folclore Brasileiro”, um livro digital produzido por uma Ação Cultural, a qual reuniu 7 autores e 6 ilustradores. Final de agosto já lançamos “Dragão de Fogo, Dragão de Gelo”, outro livro digital independente do Antonio Cedraz, um cartunista baiano que já lançou dezenas de quadrinhos. Esse foi seu primeiro livro digital. 

DDE: Vcs surgiram em 2010. Qual o crescimento da empresa nesse período?

FM: Na realidade a Grioti foi lançada oficialmente no final de outubro de 2010, passamos quase um ano pesquisando até chegar ao modelo de negócio que temos hoje, projetamos a empresa para entrar no mercado antes que ele tivesse aquecido, projetamos o crescimento da empresa para um período de 2 anos e hoje, analisando os resultados que temos, percebemos que estamos seguindo esse caminho que foi projetado.

WB: Começamos a estudar e organizar as ideias, planejar, em 2009. Foi um tempo importante que tiramos para estudar e começar a entender possibilidades.

Quer saber mais? Acessa www.grioti.com.br e www.grioti.com.br/blog

Tanto para ler

Baleias na prateleira
Eugênia Cabral
@eugeniamcabral
eugeniacabral@dedodemocaseditora

Eu elegi, nos últimos dias, como a sensação mais angustiante aquela de tentar terminar algo e não conseguir. Você vai botando vários pontos finais, mas terminar mesmo? Dizer que não vai mais precisar tocar naquilo? Nada. Ainda falta isso e aquilo. Claro que isso veio de uma situação muito específica na minha vida, chamada dissertação. Mas eu tenho uma coleção de livros na minha estante com o marcador lá no meio que não somem de modo algum.


Durante o último mês, por exemplo, comecei a ler Memorial de Maria Moura, da Rachel de Queiróz. Amei o livro, mas minha leitura devoradora teve que ser parada tantas vezes para retomar a dissertação que a Maria Moura agora está largada no criado-mudo. Lembro nem em que ponto do sertão a deixei.

Outro que não termino por nada no mundo é “Grandes Sertões: Veredas”, do Guimarães Rosa. Lia lentamente e parei. Seis meses depois continuei de onde estava, e parei. Um ano depois, decidi recomeçar (agora vai!) e parei um pouco depois do ponto que estava na primeira leitura. O pior? O livro é ótimo. Eu só não consigo terminar! Dois anos depois, ele está ali, do lado da Maria Moura.


Às vezes é fácil entender o motivo da enrolação. Meu esposo sofreu para ler “Cem Anos de Solidão”, do Gabriel García Márquez, até comprar uma edição com a árvore genealógica da família na primeira página. Acabou rapidinho. O problema era que ele se confundia com tantos irmãos, filhos e primos.

Um autor que me detém por conta dos personagens é Fiódor Dostoiévsky. Eu tenho DOIS inacabados dele. Um é “Os Irmãos Karamázov” simplesmente porque eu não consigo nunca saber que irmão é qual e faz o quê. Dmitri Fiodorovitch Karamázov, Ivan Fiodorovitch Karamázov e Aliêksei Fiodorovitch Karamázov são os irmãos que normalmente são citados assim, com os três nomes (bastava o primeiro, não?).

O segundo inacabado dele é “Memorial da Casa dos Mortos”, pelo mesmo motivo de confusão entre os personagens (todos homens numa prisão). Eu devo ter algum problema mental muito específico que me faz trocar tudo sobre os personagens do Dostoiévsky.

Esses quatro livros têm andado me encarando e provocando a citada angústia do primeiro parágrafo. “Você não me terminou, não me terminou, não me terminou...”. Viraram minhas Moby Dicks, em uma metáfora à história de Melville (esse eu terminei). E agora, que eu acho que a dissertação acabou, lá vou eu armar meu barco e partir para a caçada dos intermináveis. Quem sabe 2011 acaba com essas espécies extintas da pilha “Livros para ler”.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Livros por apenas R$ 10

Encontrar um livro que custe R$ 10 não é uma tarefa fácil. Mesmo se tratando de uma edição de bolso, o valor não é dos mais populares. Mas a proposta do Governo Federal é que isso seja possível. A presidenta Dilma Rousseff lançou, na abertura da 15ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro, o Programa do Livro Popular (PLP) que pretende para fomentar a produção e a comercialização de livros a R$ 10,00.

A partir da próxima semana, haverá o cadastramento, por edital, dos livros populares pelos editores. As livrarias, bancas de jornal e outros estabelecimentos de varejo que queiram vender livros mais baratos serão convidados a se inscrever no programa. As bibliotecas estão sendo  cadastradas pelo Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas e convidadas a aderir ao PLP. Para elas, o Governo irá desenvolver o cartão-livro, com créditos de R$ 300,00 a R$ 15 mil para a compra dos livros.

O primeiro edital está previsto para ser lançado ainda em 2011. Serão R$ 35 milhões do Fundo Nacional de Cultura destinados à compra de quatro a cinco milhões de exemplares para as bibliotecas.

"Como amante do livro, posso assegurar que é uma experiência única poder ter o livro para ler em casa", disse a presidente, em discurso. O programa será gerido pela Fundação Biblioteca Nacional e a meta inicial é enriquecer o acervo das bibliotecas públicas e fomentar a produção do material a um custo mais baixo para a população.

Bienal em números


Os primeiros 11 dias de setembro no Rio de Janeiro estão dedicados à 15ª edição da Bienal Internacional do Livro do Rio. No período, o Riocentro deve receber nada menos que 640 mil visitantes. Desse público, 170 mil são crianças. A expectativa é que os 950 expositores vendam 2,5 milhões de livros, com um faturamento de R$ 50 milhões. No quesito atrações, são esperados 150 autores brasileiros e 23 estrangeiros, e a apresentação de mil novos títulos.

Livros na bicicleta

Imagine um triciclo equipado com um baú repleto de livros circulando pela cidade. Essa é a ideia da Bicicloteca, uma iniciativa do Instituto Mobilidade Verde, em São Paulo. O projeto tem como objetivo atender moradores de rua através do Movimento Estadual da População em Situação de Rua.


A ideia é que as pessoas retirem os livros - que contem títulos de Lima Barreto, Truman Capote e Graciliano Ramos, entre outros - e doem para outras pessoas quando concluírem a leitura. Antes de levar a Bicicloteca a alguma comunidade, o IMV realiza treinamento sobre como abordar as pessoas e formas menos burocráticas para a doação de livros.

Quer saber mais? Acessa www.institutomobilidadeverde.wordpress.com