segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O queridinho das moças

FOTO REPRODUÇÃO/O POVO/ IANA SOARES

A Dedo de Moças ficou muito feliz com a notícia (publicada no jornal O Povo) de que o designer Yuri Leonardo foi contemplado com o Edital de Literatura da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), na categoria Pesquisa de memória da literatura fortalezense. O projeto aprovado do Yuri foi o Compêndio, uma publicação que vai reunir vários trabalhos do ilustrador Guabiras.

A felicidade tem vários motivos. Um deles é que as moças aqui conhecem bem o trabalho do Guabiras e sabem que ele merece. (Parabéns, aí Guabiras!!!). O outro é que existe um moço entre as moças, que é o Yuri Leonardo, o designer da Dedo de Moças. (Nossos parabéns, Yuri!!!) O terceiro motivo, claro, é que a publicação vai ser feita pela... Dedo de Moças!!!

Festejando a premiação, Yuri destaca que é a produção reflete não só o cotidiano que ele vive. "Representa um documento rico da contracultura e da cena alternativa de Fortaleza durante a década de 90 e o começo desse século", filosofa, destacando as tantas coisas raras guardadas nas gavetas do homenageado. "Se tudo der certo, no fim do ano a gente vai poder comemorar e ler esse material", aguarda Yuri e nós também!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Dedo de Prosa




Quem são os jovens escritores brasileiros?





Por Cristina Carneiro
crica.carneiro@gmail.com
@criscalina




Há alguns anos, com uma pergunta na cabeça – quem são os jovens escritores brasileiros? – fui atrás de ler as obras desses jovens autores. Eu queria saber quem eram, de onde vinham, do que falavam. Comecei com a Adriana Lisboa, e li o ótimo “Os Fios da Memória”, o bom “Sinfonia em Branco”, o regular “Um Beijo de Colombina” e o fraco “Rakushisha”. Depois li uns rapazes: Bernardo de Carvalho (“O Sol se põe em São Paulo”), Daniel Galera (“Até o Dia em que o Cão Morreu”) e João Paulo Cuenca (“Corpo Presente” e “O Dia Mastroiani”).

Depois de um tempo, essa turma – Adriana Lisboa, Bernardo de Carvalho, João Paulo Cuenca, Daniel Galera e outros – foi convidada pela Companhia das Letras para escreverem livros para uma nova coleção da editora: Amores Expressos. No projeto da coleção, cada autor viajaria para uma cidade diferente do mundo para, em seguida, escrever um romance, que fosse, de alguma forma, inspirado na experiência viajante. Houve confusão. Adriana Lisboa, por exemplo, saiu do projeto e publicou seu livro, depois de uma viagem à Paris, pela Rocco Editora. Outros autores seguiram adiante e, com o selo da coleção, saíram: “Cordilheira”, de Daniel Galera, que foi a Buenos Aires; “Do Fundo do Poço se vê a Lua”, de Joca Reiners Terron, que foi ao Cairo; “Estive em Lisboa e lembrei de Você”, de Luiz Ruffato, “O Filho da Mãe”, de Bernardo de Carvalho (São Petersburgo) e “Único Final Feliz para uma História de Amor”, de João Paulo Cuenca (Tóquio).

Sistemas de leitura
Para descobrir jovens autores ou mesmo autores que nunca antes se ouviu falar, nem jamais se imaginou, volta e meia adoto alguns sistemas de leituras, como esse, de ler jovens autores brasileiros. A Eugênia Cabral, na coluna Tanto pra Ler, deu uma brilhante ideia para um sistema de leitura: ler livros de autores dos países em revolução: Egito, Líbia, Bahrein, Tunísia, e assim é que se desbrava o mundo.

Há também um outro sistema de leitura que certa vez adotei: ler os livros das finais da Copa de Literatura Brasileira. A Copa de Literatura Brasileira é um campeonato informal em que jurados lêem, ao longo de alguns meses, 16 romances brasileiros recém-lançados. A cada jogo, dois livros são lidos pelo mesmo jurado. O vencedor passa para a rodada seguinte, e assim a copa segue com quartas-de-finais e a grande final, em que todos os jurados votam e elegem o campeão. As decisões dos jogos são justificadas por resenhas. Foi assim que resolvi ler “O Filho Eterno”, de Cristóvão Tezza, uma ótima surpresa. “O Filho Eterno” foi o ganhador da Copa de 2008. A versão 2010/2011 da Copa começa no dia 28 de fevereiro. É uma boa para se saber quem são os novos autores por aí.

Sistema regional
Num tópico da comunidade dos skoobers cearenses (Skoobers – CE), no Skoob, alguém pergunta qual o autor cearense preferido dos participantes do grupo. Ao que respondem: Alcides Pinto, Rachel de Queiroz, Moreira Campos, Milton Dias, José de Alencar, Natércia Campos. Dos mais jovens, citam a Tércia Montenegro. Quando se pergunta quem são os jovens autores cearenses, cita-se um ou outro. Muitas vezes, só de nome é que se conhece mais. De ter lido a obra, menos. Bom, eis uma ótima ideia para um sistema de leitura: quem são os jovens autores cearenses? Alguém a me indicar obras?
**


Frase mais romântica da literatura brasileira
Esta coluna recebeu poucas frases românticas da literatura brasileira, e sabe-se de muitas. 
Por isso, continuamos aceitando sugestões. Eis as frases recebidas:
1) “...nenhuma dessas caprichosas me fez esquecer a primeira amada do meu coração. Talvez porque nenhuma tinha os olhos de ressaca, nem os de cigana oblíqua e dissimulada.”
(Dom Casmurro, Machado de Assis)

2) “Solte as rédeas dos teus olhos”
(Lavoura Arcaica, Raduan Nassar)

3) "Era Ana, era Ana, Pedro, era Ana a minha fome (...) era Ana a minha enfermidade, ela a minha loucura, ela o meu respiro, a minha lâmina, meu arrepio, meu sopro, o assédio impertinente dos meus testículos (...)"
(Lavoura Arcaica, Raduan Nassar)

4) "Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim, penso também - mas Diadorim é a minha neblina..." (Grande Sertão Veredas, Guimarães Rosa)

5) "Numa tarde erma e de raros ventos/Enrabei a cabritinha. Acho que ninguém viu".
(Cacaso)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Tanto para Ler


Agatha Christie foi levada ao Egito pelo marido, que era arqueólogo






Uma revolução pela literatura egípcia



Por Eugênia Cabral
eugeniamc@gmail.com
@eugeniamcabral


Responda com sinceridade, ao falar em “Egito”, que livro lhe vem à cabeça? Enquanto acompanhavámos a revolução do Egito e essa nova “primavera dos povos” que o mundo árabe vive, lembrei de alguns livros que me fizeram sonhar com aquelas paragens.

Eu lembrei da britânica Agatha Christie vejam só. O segundo marido da escritora era arqueológo e a levou com ele pelo Egito e Oriente Médio para acompanhar escavações. Graças a ele, nós podemos ter livros como “Morte no Nilo” e “Assassinato na Mesopotâmia”. Além disso, ela se aventurou a escrever um policial ambientado no tempo dos faraós em “E no Final a Morte”.  Literatura estilo pena para aquela tarde de domingo que você procura um motivo para não sair da cama ou chegar, no máximo, até o sofá.

Temos também o francês Christian Jacq com a vendidíssima série “Ramsés”, que eu nunca li, e o zambiano Wilbur Smith com guerras e romances entre faraós em “O Último Deus do Nilo”, este eu li e recomendo para quem gosta de livros de ação.

Mas fiquei chateada ao extremo quando notei que não conheço um só autor egípcio. NEM UM SÓ. Por mais que tente, não lembro de jamais ter lido algum. Pesquisando, descobri que o único autor árabe a receber um Nobel de Literatura era justamente egípcio e foi agraciado em 1988. Naguib Mahfouz morreu em 2006, aos 94 anos, e foi autor dos livros  a “Trilogia do Cairo” (1956-1957), “O Ladrão e os Cães” (1961) e “Miramar” (1967).  Pelo que vi, “A Trilogia do Cairo”, formada por “Entre Dois Palácios”, “O Palácio do Desejo” e “Jardim do Passado” é sua obra mais famosa e aqui é publicada pela BestBolso.

O autor é um ótimo ponto de partida para quem quer saber mais sobre literatura egípcia porque ele é conhecido por praticamente ter fundado o gênero do romance naquele país. E sua obra foi revolucionária ao abordar a vida das pessoas nos bairros pobres e burgueses do Cairo da década de 20, ambiente no qual vivia e até então nunca tinha sido retratado na literatura.

Outro nome que saltou, e coincidentemente que tem seu estilo muito comparado ao de Mahfouz, foi o de Alaa Al Aswany. Autor egípcio mais famoso da atualidade, tem sua obra traduzida em português, além de outras 11 línguas. No nosso país, a Companhia da Letras publicou  o romance “O Edifício Yacubian” em 2002. A editora pretende publicar em breve um livro de contos dele. Mesmo com todo reconhecimento literário internacional, Al Aswany vive como dentista no Cairo. Formado em odontologia, ele viveu um tempo nos Estados Unidos mas retornou ao Egito onde mora até hoje.

Bom, eu já incluí estes dois autores na minha lista de próximas aquisições. Mas se alguém souber de outros que valem a pena, por favor, compartilhem.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Dedo de Prosa


Qual a frase mais romântica de literatura?



Por Cristina Carneiro
crica.carneiro@gmail.com
@criscalina


Britânicos já gostam de pesquisas. Das mais bobas às mais cientificamente comprovadas (algumas são cientificamente bobas). Pois bem, para animar, incrementar, sacudir, não sei bem com qual intenção, mas, como parte do lançamento do DVD da comédia romântica “Amor à Distância” (Going the Distance), a Warner Home Vídeo fez uma pesquisa com 2 mil pessoas para escolher, dentre dez frases, a mais romântica da literatura inglesa.

Com razão, Shakespeare não ganhou, ficou em 3º lugar no ranking, com o verso de Romeu e Julieta: "Mas, espere! Que luz é essa que surge por aquela janela? É o leste, e Julieta é o sol". A ingenuidade e o egoísmo do Puff, o ursinho, "Se você viver até os 100 anos, espero viver até ter 100 anos menos um dia, para que eu nunca precise viver sem você", escrita por A.A. Milne, ficou em 2º lugar. E, com 20% dos votos, a frase que ganhou a competição foi a seguinte: "Seja lá de que matéria nossas almas são feitas, a dele e a minha são iguais" (whatever our souls are made of, his and mine are the same), de Emily Bronte, no romance O Morro dos Ventos Uivantes.

Pesquisa sem propósito como esta lembra conversa de mesa de bar. Então, a escrevente desta coluna logo pensou em listar as dez frases mais românticas da literatura brasileira. Então, sugestões são aceitas (portanto que sejam sugestões mais interessantes do que esse romantismo inglês).

*

Buenos libros

A partir do dia 23 de abril, Buenos Aires vai ser a Capital Mundial do Livro. Eleita pela UNESCO, que todos os anos elege uma cidade para ser a capital do livro, Buenos Aires vai ser a 11ª capital, graças à qualidade e variedade da programação proposta.

Então, os viajantes a Buenos Aires que gostam dos livros, podem aproveitar para ir até lá de 23 de abril de 2011 a 22 de abril de 2012. Os argentinos prometem uma vasta programação que vai durar o ano inteiro. Conheça o site: http://www.capitaldellibro2011.gob.ar/index.htm

E quem for, aproveita para conhecer um dos 15 bares de Buenos Aires que participam do projeto Yo Leo em El Bar. O projeto foi lançado há quase um ano, com a distribuição de livros de Jorge Luís Borges em 15 bares da cidade.

Bom, mas para quem não pode visitar a futura capital do livro (Liubliana, na Eslovênia, ainda é a capital até dia 22 de abril), pode pelo menos se inspirar e encarar um argentino. Criar coragem para Jorge Luís Borges ou Julio Cortázar. Ou descobrir um novo argentino. Eu vou de Alan Pauls. 

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Tanto para Ler


Em um ano de muito estudo, correria e reforma na casa, recebi o convite das amigas da Dedo de Moças Editora para participar deste blog. Eu já lia os textos maravilhosos da também amiga Cristina Carneiro, então fiquei entre toda besta e bem preocupada, mas imeditamente aceitei. A partir desta terça, apareço por aqui com minhas últimas descobertas literárias, livros relacionados a um tema que me intrigue, ou com impressões do último livro terminado. Boa leituras para todos nós!


Eugênia Cabral


Indicados no Oscar 2011


Por Eugênia Cabral
eugeniamc@gmail.com
@eugeniamcabral



A temporada do Oscar chegou e eu não sei vocês, mas eu estou com uma lista enorme de filmes para conferir. Na busca de que história vai valer o preço do ingresso, acabo sempre por descobrir livros interessantes no caminho. 
Aqui vão dois descobertos em 2011:



Para quem gosta de tecnologia e administração, além de conferir “A Rede Social”  (The social Network, 2010), pode buscar o livro no qual o roteiro do filme é baseado: Bilionários por Acaso: A Criação do Facebook, de Ben Mezrich. Formado em Harvard, ele é o mesmo  autor de “Quebrando a Banca” no qual seis estudantes do MIT fraudavam cassinos (também virou filme, lembra?). Para o livro do Facebook, Mezrich entrevistou diversas pessoas que conviveram com os criadores, examinou documentos de Harvard e dos julgamentos. Não é um primor de escrita, mas as informações valem a pena. O personagem principal do filme e “pai” do Facebook, Mark Zuckerberg não gostou do livro (também pudera, ele tem o subtítulo de “Uma história de sexo, dinheiro, genialidade e traição”). Mas o aparentemente traído cofundador Eduardo Saverin deu aprovação pública à história contada.




O favorito do Oscar, “O Discurso do Rei” (The King’s Speech, 2010) é um roteiro original, mas a mesma pesquisa que originou o filme também originou um livro com o mesmo nome. A história do fonaudiológo australiano Lionel Logue que prepara o Rei George IV para assumir seu cargo no período do II Guerra Mundial está cuidadosamente documentada no livro O Discurso do Rei, de Peter Conradi e Mark Logue. Peter Conradi é um jornalista (autor de “O Pianista de Hitler”) que se uniu a Mark Logue, neto do famoso terapeuta, para relatar a história a partir dos diários de Lionel. O livro é bem documentado e repleto de informações históricas. O terapeuta corrigia os discursos do rei pontuando os momentos de pausa e intensidade das falas e trocando palavras com sons de /k/ ou /g/, que faziam o rei gaguejar. Assim, em vez de calamities (calamidades) e goal (objetivo), o rei dizia disasters (desastres) e end (fim). Em seus diários, Lionel descreve como fazia a Rainha Elizabeth sentar no estômago do marido para exercitar o diafragma e todos os trava-línguas que o rei tinha que repetir como “She sifted seven thick-stalked thistles through a strong thick sieve” (vou nem tentar traduzir isso, mas o que importa são os sons de “s” e “th”).
Mais que qualquer treinamento, a amizade entre os dois e a construção de confiança de George IV são os melhores personagens. No fim, ele não só convence como Rei como lidera a Inglaterra num dos períodos mais complicados da história. Até hoje, o rei é uma figura adorada pelos britânicos. Marketeiros e porta-vozes dos nossos dias têm muito o que aprender com Lionel Logue.

Serviço
Bilionários por acaso: A criação do Facebook, de Ben Mezrich. Tradução de Alexandre Matias. Editora Intrínseca. Preço médio: R$ 29,90
O Discurso do Rei, de Peter Conradi e Mark Logue. Tradução de Sonia de Souza e Celina Portocarrero. Editora: José Olympio. Preço médio: 29,90.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Customize sua comunicação

Houve um tempo em que toda empresa queria ter seu "jornalzinho". Por muito tempo, ele era um canal de comunicação interno, com a clientela ou fornecedores. Poderia ainda atender a essas três possibilidades ao mesmo tempo. Em pauta, entravam basicamente as informações referentes à empresa: crescimento, inovações, funcionários...

Nos anos 2000, essa comunicação deu um salto e chegaram as revistas customizadas. Com pautas diferenciadas, um cuidado especial com as imagens e o design gráfico, as publishers foram se formando um importante braço da comunicação empresarial, tornando-se bem mais que um mero informativo das ações para seus clientes.

As customizadas foram se consolidando como um canal de comunicação que contribui para formação de opinião da clientela. Com pautas que vão bem além daquele universo e poderiam tranquilamente estar nos jornais diários ou nas revistas que o cliente compra nas bancas, as customizadas querem seduzir o leitor com textos e imagens que acabam por ajudar na construção da marca daquela empresa junto ao seu público-alvo.

Estudiosos da comunicação já reconhecem que a ideia veio para ficar. Podem fazer de parte de um extenso planejamento de comunicação ou ser uma ação pontual. Podem se aproximar dos catálogos ou de uma revista facilmente vendida em banca. As opções são muitas e vão depender do gosto e do objetivo do cliente.

Para todos, a Dedo de Moças Editora apresenta soluções. Gostou da ideia? Entre em contato com a gente: dedodemocaseditora@gmail.com

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Dedo de Prosa





O que é que a imprensa oficial tem a ver com literatura?

Por Cristina Carneiro
crica.carneiro@gmail.com
@criscalina

É sabido que as imprensas oficiais existem para os diários oficias. Mas há algumas que vão além do óbvio. Não vou me alongar falando da Imprensa Oficial de São Paulo, que aquilo lá já é grandioso demais. Mas, falemos das imprensas oficiais que vão só um pouco além do óbvio e publicam suplementos literários e culturais, vendidos a preços módicos ou distribuídos gratuitamente. Elas existem, poucas, mas existem. Longe daqui.

Na terra dos quatro mineiros

A imprensa oficial de Minas Gerais, por exemplo, mantém há mais de 40 anos o “Suplemento Literário de Minas Gerais” (SLMG). Lançado em 1966, o Suplemento resistiu e publica, ainda hoje, uma sortida quantidade de textos, de autores de lá, de outros estados e países.

Mensalmente, é distribuído gratuitamente em bibliotecas, centros culturais, faculdades, livrarias, bares, restaurantes e qualquer pessoa pode solicitar, no site, os exemplares. Além disso, as edições de 2006 pra cá podem ser baixadas no link http://www.cultura.mg.gov.br/?task=interna&sec=6&con=907.

As edições do início dos tempos do Suplemento também podem ser acessadas digitalmente. O Projeto Suplemento Literário – 35 anos, desenvolvido pela Biblioteca da Faculdade de Letras da UFMG, digitalizou 1.282 fascículos do suplemento, relativos a 38 anos de publicação: http://www.letras.ufmg.br/websuplit/Lib/html/WebSupLit.htm.


Exemplo a ser seguido

Em Pernambuco, o Suplemento Cultural do Diário Oficial do Estado de Pernambuco – “Pernambuco” – já chegou à sua 60ª edição. Com boas 24 páginas, o Pernambuco, publicado pela Companhia Editora de Pernambuco (CEPE), é vendido mensalmente pela pechincha de R$ 2,00 na Livraria Cultura mais próxima. Dos suplementos literários mencionados nesta coluna, o Pernambuco é o mais focado em literatura. Trás ensaios, crônicas, indicações de livros, novidades do mercado editorial e do mundo dos livros.

Pernambuco é bom nessa coisa de aproveitar bem a imprensa oficial. A CEPE já publica a Revista Continente há 122 meses. O melhor é que as duas publicações já ultrapassaram as fronteiras pernambucanas.

Outras publicações oficias

Outro estado que usa a imprensa oficial para além da publicação de diários oficiais é Alagoas. A Cepal/Imprensa Oficial Graciliano Ramos lançou em 2008 a Revista Graciliano. Abordando assuntos de literatura e artes em geral, surgiu para ser mensal, mas, no final de 2010, chegara apenas à sétima edição, uma edição especial sobre Lêdo Ivo. A Revista Graciliano, infelizmente, é inacessível pela internet, mas, quando publicada, é vendida por R$ 5,00 nas redondezas alagoanas.

A imprensa oficial do Rio de Janeiro também produz e distribui gratuitamente o suplemento cultural “O Prelo”. Mensalmente, 5 mil exemplares da revista são distribuídos nas bibliotecas públicas e escolas estaduais do Rio de Janeiro, além de centros culturais, museus e universidades.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Dedo de Prosa




Uma rede social: skoob


Por Cristina Carneiro
crica.carneiro@gmail.com
@criscalina


Os criadores da rede social Skoob (www.skoob.com.br) foram bem intencionados ao criarem o site. No “Quem somos”, eles explicam que a rede social foi criada com a pretensão de responder para onde todas as pessoas boas foram. Desde então, o Skoob vem reunindo leitores brasileiros e é a maior rede social brasileira voltada para esse público.

Ao criar um perfil no Skoob, o usuário pode adicionar à sua estante virtual os livros que leu, vai ler, está lendo, abandonou, deseja, tem, quer trocar ou emprestou. O leitor também pode classificar os livros usando a escala cinco-estrelas, escrever resenhas, fazer um histórico de leitura, e ainda trocar ideias com outros leitores. É possível também entrar em grupos (comunidades) de discussão, etiquetar (pôr tags, no internetês) os livros, e, para os sistemáticos, estabelecer meta de leitura para o corrente ano.

É útil como um organizador e interessante para conhecer a opinião de pessoas comuns – longe de críticas teórico-literárias – a respeito dos livros. Navegando pelo Skoob, também ficamos sabendo que hoje, por exemplo, o livro mais lido, pelos leitores do Skoob, é “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, de J.R. Rowling, seguido dos outros livros da série e da saga Crepúsculo. O livro que mais estão lendo no momento é “As Crônicas de Nárnia”, de C.S. Lewis.  

Com dois anos de existência, os criadores conseguiram reunir mais de 291 mil pessoas boas, boas principalmente em ler a série Potter e a saga Crepúsculo. Deixando a ironia de lado, no Skoob cabe toda a diversidade de livros e de leitores. No blog do site, tem um manual bem atualizado: http://www.koob.com.br/?p=763. A propósito, Skoob é o contrário de “books”.


Café Vitrola
Depois de meses de reforma, o café da livraria Lua Nova, no bairro Benfica, reabrirá com um novo nome “Café Vitrola”. O café, que vai voltar ao mundo mantendo os encontros literários “Literatura de Lua”, vai incrementar a programação com a “Confraria das Artes”, ainda sem dias determinados para acontecerem. O café deve reabrir na quarta semana de fevereiro. 

Literatura infantil do Ceará em destaque

Almir Mota, escritor

Por Andreh Jonathas

A primeira edição da Caravana da Leitura e do Autor Cearense levou o escritor Almir Mota à escola João Hippólyto, no bairro Dias Macedo, dia 28 de janeiro. Antes de interagir com as cerca de 100 crianças que participaram do evento, Mota falou sobre a literatura infantil cearense, as potencialidades e o destaque em relação ao Brasil.

De origem rural, o escrito nasceu em Saboeiro, na Região dos Inhamuns cearense. Teve sua formação artística embasada no teatro. Desde os 12 anos, fez cursos de arte dramática, até se dedicar exclusivamente à literatura infantil, a partir de 1996.

Hoje, com 42 anos, Almir Mota é autor de dezesseis livros de literatura infantil, incluindo temas ligados ao folclore e às paisagens históricas do Ceará, como “O Bode Ioiô” e a “Galinha Choca de Quixadá”.

Qual o patamar de incentivo, público e privado, para produção de literatura infantil no Ceará hoje, comparando a quando você começou?
Agora, existe um pequeno inventivo. Antes, nem tinha. Quando iniciei, há doze anos, publicar literatura infantil era uma aventura, principalmente, se fosse por meios independentes. Se fosse via editorial, aqui não tinha muitas editoras. Hoje, nós temos em torno de 15 editoras no Ceará, de diversas literaturas. Isso mudou muito o quadro no Ceará. Atualmente, nós temos um mercado editorial bacana, nossa literatura já chega a outras praças.

O que falta para o autor cearense ter maior visibilidade?
É um processo gradual. Nós temos autores cearenses e temos também projetos como a Caravana da Leitura e do Autor Cearense, que trabalha a literatura na perspectiva de mostrar a linguagem de quem escreve aqui, de quem publica por aqui, de quem está em casa, de quem está mais acessível e de quem fala o “cearencês” mais próximo da meninada. Esse tipo de iniciativa vem a veicular a imagem do autor cearense em vários campos, tanto na mídia como nas escolas, que é o principal foco dos autores de literatura infantil.

Como você classifica a qualidade gráfica das produções no Ceará?
A literatura estrangeira infantil é de ótima qualidade. Primeiro, porque nós temos condições gráficas lá fora melhores. Estou chegando de viagem e lá visitei cerca de dez livrarias. O papel, a impressão, a qualidade gráfica é de dar água na boca. A gente precisa disso aqui. Para você ter uma ideia, talvez a minha próxima coleção não rode aqui, porque eu não tenho condições de rodar aqui, se for com a proposta que eu quero. Sabe aqueles livros bem duro, com boneco dentro, com material gráfico de primeira? A gente infelizmente, no Ceará, não temos condições de fazer isso. Temos aqui no Nordeste já, mas não no Ceará.

O mercado precisa se desenvolver mais...
Precisa. Nós temos boas gráficas, tem material de primeira. Uma coisa é ter material de qualidade, de ponta e outra coisa é ter técnica pra isso. A gráfica onde trabalho, a gente apresenta livros de outros lugares. A costura, a encadernação... O assunto ligado ao adulto não está só na estética, está no conteúdo. Embora a criança precise de conteúdo especial, talvez até mais do que o adulto, ela não sabe disso. Ela é atraída pela beleza. O livro tem que ser belo por si próprio.

Em termos gerais, como você avalia a produção de literatura no Ceará?
Boa, boa. Em relação ao Nordeste, nós já passamos. Ninguém publica mais literatura infantil que o Ceará. Em quantidade de publicação de títulos, o Ceará ganha de Santa Catarina, por exemplo. Na qualidade literária, também é destaque nacional. Nós temos uma qualidade gráfica boa também. O que estava falando é para projetos arrojados, diferenciados, como livros de papelão, de pano de plástico.

Qual a importância da Caravana da Leitura e do Autor Cearense para o Estado?
Vai levar literatura a lugares que, geralmente, não ia: escolas públicas. No geral, é mais difícil chegar a uma escola dessas. A caravana se antecipa e joga a gente dentro da escola, mais precisamente, em uma praça, o lugar mais popular em um bairro.

Quais são suas principais influências para escrever?
Eu gosto muito de ler os italianos. Gosto muito do Ítalo Calvino, por exemplo. Mas é claro que gosto muito da literatura brasileira. Marina Colasanti é um bom nome, sempre li. Eu aprendi a ler com “Marcelo Marmelo Martelo”, o primeiro livro da Ruth Rocha. Hoje tem 132 livros. Gosto muito da literatura brasileira e, em especial, desses autores.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

É tempo de leitura na praça

A praça como um local de incentivo à leitura

Imagine você sair de casa e dar de cara com a praça do seu bairro enfeitada com tendas, tapetes, travesseiros e toda uma estrutura de incentivo à leitura. Pois saiba que neste primeiro semestre isso pode, sim, acontecer. É a Caravana da Leitura e do Autor Cearense, um projeto da Companhia Prisma de Artes, que na última sexta-feira de cada mês, de janeiro a junho, vai levar o projeto a uma praça de Fortaleza.

O trabalho teve início no último dia 28 de janeiro, na praça do Conjunto Residencial Aqui Fico, no Dias Macedo. A próxima apresentação deve ocorrer na praça do Barroso II. Ao todo serão seis praças em seis bairros diferentes recebendo essa estrutura, que conta com um acervo de títulos de autores cearenses e contação de histórias. A movimentação é direcionada aos estudantes de escolas públicas, mas acaba envolvendo toda a comunidade.

O projeto é vencedor do VII Edital das Artes da Secretaria da Cultura do Estado (Secult), na categoria Literatura. Para o coordenador da Caravana, Raimundo Moreira, a escolha dos espaços foi criteriosa. "A ideia é descentralizar o acesso à leitura por meio do projeto, fazer em regionais diferentes de Fortaleza. Outro critério foi levar a caravana para lugares carentes de equipamentos culturais e atividades de leitura", explicou.

Nas apresentações, haverá oficinas, rodas de canções e leituras, além de conversa com autores. Confira a programação:

25 de fevereiro - Praça do Barroso II
25 de março - Polo de Lazer Tancredo Neves
29 de abril - Praça do Conjunto Tamadaré
27 de maio - Praça do Henrique Jorge
24 de junho - Praça da Messejana