Por Eugênia Cabral
eugeniacabral@dedodemocaseditora.com.br
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@eugeniamcabral
Os recentes e trágicos acontecimentos no Japão fizeram pipocar pela Internet lembranças do filme 2012, aquele em que tudo se acaba para a maioria da humanidade. Eu também não só lembrei como cheguei, pela primeira vez, a refletir seriamente sobre a ideia. Me vi olhando em volta e imaginando um plano de ação caso alguém avise que uma onda gigante resolveu visitar minha cidade. Pego documentos, fotos (nem pensar em deixar fotos), notebook e... olhei para a estante de livros. O que me lembra uma cena do 2012 na qual uma personagem comenta ao ver a mala de outro: “Nem uma escova de dentes, só livros!”.
E agora, vai: quem do mundo literário você levaria na sua mala? Literatura, certo? Minha Bíblia também iria mas isso é outra questão. Vamos supor que Machado de Assis, José de Alencar e toda a turma considerada clássica já estivesse na Arca. Que obras de literatura merecem estar presentes nas gerações futuras?
Se o Luís Fernando Veríssimo não fosse, como se saberia da vida cotidiana brasileira? Rubem Fonseca também tinha que estar lá, por favor. Adélia Prado já é considerada clássica? Se não, vou pegar este aqui. E, claro, iam os meus da Rachel de Queiroz, Oliveira Paiva, Ana Miranda e quem mais relacionado a Ceará eu conseguisse alcançar. Sou muito barrista, mas se a gente fizer um plano de ação no estilo cada um salva os do seu Estado talvez fosse mais efetivo que um plano nacional. Recomendo e já podemos combinar.
E na literatura internacional? Meu coração não deixaria para trás Saramago, Gabriel García Marquez, Inês Pedrosa e Rosa Monteiro. Vai que os países deles não se prepararam para o evento e eu sou a responsável pelos sobreviventes da humanidade não terem acesso a eles?
Pensando assim, faria questão de levar comigo Stephen King, Dean Koontz, Robin Cook e Jeffery Deaver. Todos autores de suspense e ficção. Nenhuma grande lição de vida ou reflexão sobre a humanidade saída facilmente deles, mas são obras que adoro e cultura também é lazer. Ah, mas os sete Harry Potter e todas as revistas da Turma da Mônica também precisam caber aqui. E as revistas do X-Men também.
E quando todos os sobreviventes se reunissem no novo mundo, seja como for este, nós iríamos catar os livros, revistas, cadernos e pergaminhos nas bolsas afortunadas que chegaram até lá. O resultado seria uma única e enorme biblioteca com as obras da literatura mundial. E teria que ser inventado um novo método para catalogar as diversas línguas, formatos e estilos de tantos, tantos livros. Uma imagem que Jorge Luís Borges iria certamente amar. Opa, também tenho que colocar Borges na minha mala.
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