quinta-feira, 10 de março de 2011

Dedo de Prosa


A capa e o livro



Por Cristina Carneiro
cristinacarneiro@dedodemocaseditora.com.br
@criscalina

Há quem escolha um livro porque ele estava na lista dos mais vendidos, ou pela indicação de um amigo, pelo autor, por uma resenha no jornal da cidade, ou até pela editora, quando se acredita piamente na editora. Existem infinitas formas de se escolher um livro ao entrar numa livraria. Há quem passe horas a ler as lombadas dispostas nas estantes, sem lembrar que o advento dos ereaders e dos ebooks ameaça esse tipo de passeio pelos livros (mas isso é outra coluna).

No meio dessas infinitas maneiras de se escolher um livro, tem a mais prosaica de todas, que é escolher o livro pela capa. Esse método de escolha é mais do que prosaico, é simplório. Erra-se, mas acerta-se também.

Outro dia escolhi um livro pela capa, empurrada por uma crítica lida na Veja (!).O dito cujo é hoje classificado como um dos piores livros que já li: “Talvez uma história de amor”, de Martin Page (Rocco). Erro crasso, apostar numa história de amor. Ironia à parte, o livro trazia outros sinais claros de ruindade. Li até o final só para ter certeza de que ele não renderia sequer uma página-oásis. E não rendeu.



Mas é possível acertar. Certa vez, comprei um pequeno livro de capa nostálgica. Quando a caminho do caixa, já com a experiência passada, li por cima o nome do autor (Ondjaki) e da editora (Língua Geral, que, aliás, tem capas lindas), melhorando minha confiança de que eu teria uma boa leitura. "Os da minha rua" tem suas irregularidades, mas é bem poético.

Acertei outras tantas vezes. Numa dessas, vi uma nova edição do livro de um autor conhecido, mas nunca lido por mim. Flertei um tempo com a capa até que me rendi. Não gerou arrependimento, o livro (“A Trégua”) e o autor (Mário Benedetti) fazem jus à bela capa da Alfaguara. Aliás, se depender das capas da Alfaguara, é possível escolher todos os livros pela beleza das capas.





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A propósito da coluna anterior, eu me referia a pouca frequência do Carnaval como cenário somente em romances brasileiros. Existem muitas crônicas e contos com o cCrnaval de cenário das histórias. Inclusive, Sérgio Rodrigues, colunista do site da Veja, fez uma pequena antologia de crônicas e contos de Carnaval. Confira!

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