terça-feira, 26 de abril de 2011

Tanto para ler


Maurice Druon

Verdadeiras histórias da realeza

Por Eugênia Cabral
eugeniacabral@dedodemocaseditora.com.br
@eugeniamcabral


Na semana em que estão insuportavelmente obcecados com a família real britânica, vou mudar o foco para a família real francesa. Porque eu sou do contra, isso é fato. Mas porque a série de livros que vou falar merece toda a atenção. O escritor francês Maurice Druon pode ter feito parte da sua infância com o livro “O Menino do Dedo Verde”, que é uma história linda e com certeza já está na estante dos meus futuros filhos. Ele morreu em 2009, muito respeitado e admirado e como membro da Academia Francesa de Letras. O mesmo autor, porém, tem uma incursão para lá de adulta nos romances históricos.
É dele a coleção “Os Reis Malditos” que reúne sete volumes contando a história da realeza francesa nos séculos XII e XII. Os livros são “O Rei de Ferro”, “A Rainha Estrangulada”, “Os Venenos da Coroa”, “A Lei dos Varões”, “A Loba da França”, “O Lis e o Leão” e o “O Rei perde a França”. A história começa com Rei Felipe IV, o Belo, da casa dos Capeto, e sua guerra para acabar com o único poder que faz frente à casa real: a Ordem dos Templários. Quando os integrantes da Ordem são queimados, inicia um período de traições e mortes na França. Relação com a Igreja, luta constante com a Inglaterra e muito sangue e sexo. Esses livros foram proibidos de estar nas minhas mãos por muito tempo na casa dos meus pais, mas não chegam a ser tão pesadas não, só não são para crianças. O clima lembra o daquela série de televisão “The Tudors”, mas só esse clima tem de comum entre as histórias.
Os livros são bem mais históricos e acompanham a vida de pessoas fora do mundo da realeza e como elas vão sofrendo as conseqüências dos acontecimentos perto do trono. A casa dos Capeto governou a França por mais de 800 anos. A série se centra nos últimos reis da dinastia e termina no início do que se tornou a Guerra dos 100 anos com a Inglaterra. Depois do Felipe IV, seu filho assumiu como Luís X e governou por poucos anos. Quando o rei morre, seu irmão assume como regente até o príncipe que ainda nem tinha nascido ter idade para assumir. Aí vêm João I (que eu não vou dizer o apelido que ganhou para não contar a história), Filipe V (o Alto) e Carlos IV (outro o Belo). Eu acho os apelidos que os reis ganham uma diversão à parte.
E para quem não suporta mais notícias sobre o casamento da Cinderela/Lady Kate: durante esta semana, drible a televisão e os jornais. Segundo o pesquisador Daniel Dayan, os eventos midiáticos têm a força de fazer você crer que eles são importantes para sua vida a ponto de tudo o mais parar. Agora, se você for sugado pela força dele e achar irresistível acompanhar, diga que é um interesse histórico. Era minha desculpa para assistir a “The Tudors”.

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