quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Tanto para ler

Cooperativa de Letras


Eugênia Cabral
@eugeniamcabral

eugeniacabral@dedodemocaseditora.com.br

Já ouviu falar de cooperativa? Eu tenho muita vontade de participar de uma cooperativa financeira. São “bancos” de associações que geram juros e taxas para os próprios cooperados em vez de ir para os banqueiros. Ultimamente, convivendo mais no ambiente de moda também conheci várias iniciativas legais de cooperativas de costureiras, que estão abastecendo grandes marcas de uma forma sustentável.

As cooperativas são a união de uma categoria para trabalhar melhor e entrar no mercado como um bloco. Já pensou numa cooperativa de escritores? Se é tão caro imprimir nas gráficas, se é tão complicado divulgar, os escritores poderiam se unir para trabalhar isso, não?

O problema é que atualmente eu encontro dois tipos de escritores. A grande maioria tem trabalhos de 8 horas e escreve. E uma pequena parte vive da e para a arte. Enquanto o primeiro grupo não tem tempo o segundo está às vezes muito envolvido no próprio processo para se mobilizar.

Em países como Estados Unidos, há livros novos sendo vendido por 5 dólares, os chamados paperbacks, que são publicações em folha bem barata (quase estilo jornal) e de tamanho pequeno. Eles permitem que as edições estejam acessíveis à maior parte da população. Para quem quiser pagar mais, o volume hardcover é maior, com papel melhor e capa dura. Um jeito prático de desenvolver um produto que seja vendível.

A Rede Nordeste do Livro foi criada na Bienal de Livro do Ceará, em 2008, formada por gestores públicos, editores, livreiros e escritores. Também temos outros grupos no Ceará como o Fórum de Literatura e Leitura do Ceará e o sindicato das livrarias e editoras, Sindilivros/CE.

Da Rede, veio o Fórum da Rede Nordeste do Livro e da Leitura, que tem um blog (http://forumdeliteraturace.wordpress.com/) editado pela jornalista e escritora Luiza Helena Amorim. No blog, há informações sobre políticas públicas para literatura, balanços do setor e encontros. A Associação Cearense de Escritores (http://escritores-ce.blogspot.com/-ce.blogspot.com/) tem feito diversos concursos de conto e poesias, excelente espaço
para novos autores, e edita livros e folhetos.


Essa troca de informações e organização como um grupo unido dos que têm a pretensão de viver de livros no Nordeste é a única forma que eu vejo de pressionar o governo por incentivos culturais e, principalmente, fiscais. Iniciativas como eventos literários (como os citados em outros posts), abatimento de impostos e garantia de compra por prefeituras e Estado são os primeiros movimentos para o mercado literário nordestino deixar de consumir as pequenas publicações do Sul, que chegam aqui mais fácil que os escritos locais.

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